30.5.14

Cannes 2014: Entrevista de Kristen com ‘IndieWire’



“É irritante que as pessoas pensam, ‘Oh, é este o papel onde ela vai mostrar a todos o quanto cresceu?‘,” Kristen Stewart contou ao IndieWire na última sexta-feira em Cannes. “Eu não estou tentando mostrar nada a ninguém.”

Apesar de seus muitos anos no negócio, Stewart ainda se encontra tendo que prova que é seu talento que a levou onde ela está hoje – não os twihards.

Essa luta foi evidente durante uma entrevista de mesa que Stewart fez com a seleção de imprensa em Cannes na tarde seguinte da competição de exibição de “Clouds“. Não mais visivelmente intimidada pela imprensa como quando ela estava promovendo seu vários filmes de “Crepúsculo“, Stewart conduz a mesa com uma paixão que foi palpável pela como ela articulou suas respostas espontâneas em cada questão. Está claro que há uma luta nela. Abaixo estão os destaques:


  • Ela não pensa em seus projetos como “produtos”.


“Estou obcecada em ignorar a ideia que estamos criando produtos. Eu realmente escolho cada único projeto que eu faço baseado no desejo, e baseado em realmente apenas querer experimentar fazer aquela história acontecer.”


  • Ela está usando sua fama como um suporte.


“Eu simplesmente dirigi esse vídeo musical com minha amiga, e isso será feito para ser algo que não é. É algo que fiz em quatro dias, foi uma historinha divertida, e vai ganhar mais atenção do que qualquer quantia que isso deve ter. Eu penso que simplesmente algo para brincar. Se você não pode mudar isso, então não tenha medo disso – convença mais ainda!”


  • Ela ama grandes sucesso assim como os pequenos independentes – com tanto que eles sejam bons.


“É tão possível fazer um [grande] filme que é cheio de significados e verdades, e colocá-lo num tipo de cenário elevado, para realmente tirar ideias que significam algo para nós, mas tornando-as mais eficazes ao colocá-las em um mundo estranho. Usando convenções para fazer as coisas terem mais sucesso.”

“Eu também simplesmente gosto, gosto muito de grandes filmes. Sou americana, eu cresci neles. Mas eu também quero que eles sejam muito bons. Eu penso que isso é totalmente possível. Quando você não é completamente obcecado com o produto, eu penso que é possível.”



  • Ela não fica muito próxima procurando conforto com suas assistentes como a personagem de Juliette Binoche no filme.


“Eu já tive uma assistente. Enquanto estávamos fazendo os filmes de ‘Crepúsculo’, eu fiz um filme entre cada um deles, então eu precisava de alguém que eu poderia pedir coisas como, ‘Você pode me ajudar a comprar papel higiênico?’”

“Eu não fiquei tão próxima. Eu já vi isso, no entanto. É algo que é familiar para mim. Atores se tornam super isolados. Novamente, eu não estou fodidamente reclamando sobre isso. Mas você tem uma perspectiva muito única sobre as coisas, porque as pessoas não falam com você. Eles sentem como se não pudessem vir e dizer, ‘Oi’. De repente, você está incrivelmente sozinha. Então as pessoas contratam amigos para estes trabalhos, e então as linhas ficam turvas. Eles são seus colegas de trabalho, seus empregados, seus associados, seus amigos, sua mãe às vezes.”

“No caso do filme, o que eu penso que o torna interessante é que você tem estas duas mulheres que são co-dependentes e obcecadas uma com a outra em muitas formas. E elas não se encaixam em categorias normais do que todos nós sabemos ser um relacionamento. Nosso relacionamento deveria ter uma categoria. O filme se trata de ter uma relação muito única num mundo muito exótico, e ter um tempo muito difícil avaliando por quê isso está acontecendo e como lidar com isso. Sabendo que não é saudável e você deve estar recebendo coisas de outro lugar, e como isso te polariza e como no momento exato, isso traz vocês tão fodidamente juntas.”


  • Ela fez uma tatuagem após fazer “Clouds of Sils Maria”.


“Eu fiz esta por causa do filme,” Stewart disse após lhe perguntarem sobre sua nova tatuagem no antebraço direito. “Eu dei a Valentine [sua personagem no filme] tatuagens para o filme, então eu tive transferências feitas. Você não sabe nada sobre Valentine, é tudo sobre Maria [a personagem de Binoche]. E esse é um enorme aspecto da história, é que ela nunca foca em si mesma. Elas nunca falam sobre sua vida, nunca. Eu queria mostrar pequenas indicações de, ‘Quem é aquela?’ Invés de apenas interpretar uma assistente que era comum. Ela tem interesses, ela vai aos lugares, você só não sabe onde eles são. E então eu fiquei tão ligada a essa que a fiz.”

“Está é uma parte de ‘Guernica’,” ela disse sobre a própria tatuagem. “É uma pintura de Picasso que eu vi quando tinha 18 anos e em Madrid. Ela me chocou pra caralho e é a primeira vez que respondi a uma obra de arte dessa forma. Ela é simplesmente perfeita para mim. Eu adoro o que ela me faz pensar. É como ‘continue, e continue com a fodida luz acesa’.”


  • Ela não se considera uma atriz de performance diferenciada.


“Eu sou um simples tipo de atriz, e há tipos diferentes, que não são de performance diferenciada. Eu conheço um monte de atores que fodidamente amam isso. Como, tipo agora eles estariam cativando você. Isso vai contra a minha natureza. Essas coisas não andam juntas para mim, o que torna isso difícil às vezes.”

  • Ela sente que foi mal interpretada quando chegou à fama.


“Não estou dizendo que a impressão de todos sobre mim é errado (isso seria uma coisa boba a dizer), mas inicialmente eu era considerada muito ingrata, como se eu não me importasse. Isso é uma coisa. Pensa qualquer coisa sobre mim, NÃO pense que eu não me importo. Foi porque eu estava nervosa e enlouquecendo pois todos estavam fodidamente me olhando.”

  • Ela sabe como lidar com sua fama agora.

“Eu mudei totalmente, apenas numa forma que posso lidar.  Não é como se eles estivessem certos, mas eles não estavam errados. Eu não penso que estava me transmitindo tão facilmente. Eu estava simples e totalmente sobrecarregada. A impressão não era tão definida. Estou um pouco mais velha e mais experiente com isso. É mais fácil falar com vocês sobre isso. Mas inicialmente, era apenas meio que impossível. Quando você é colocada nos holofotes e você não consegue pensar – era uma versão ridícula daquilo. Ela explodiu na minha cara. É hilário que a percepção é que eu não ligo, porque quando estava acontecendo, eu estava como, ‘Oh meu Deus, ninguém se importa mais do que eu!’.”


  • Ela não está nisso pela fama.


“Com algumas pessoas você se pergunta por quê elas ainda estão fazendo o que fazem. O que está te levanto a este ponto? O trabalho tem um preço, que é uma coisa de filme eu penso. Você está dando tanto de si o tempo todo. Não é algo em sua genética que você retém. Isso pode realmente meio que te destruir, constantemente pensar sobre o que as pessoas pensam de você. As pessoas querem ser estrelas de cinema… é tanta besteira! Esse tipo de vida é uma enorme força dirigente na vida de tantos atores. Mas eles não serão pessoas felizes nos final, porque eles não estão fazendo nada para si mesmo. Eles estão sempre satisfazendo.”


  • Ela pensa que atores são “estranhos”.


“Se você não tem nada para colocar, você não dará muito,” ela diz sobre seu ofício. “Sair e viver sua vida e nos mostrar algo que você já aprendeu. Eu já trabalhei muito. Não é como se eu tivesse tirado férias. Não são férias que ajudam, é administrar a hora de colocar e de dar. A maioria das pessoas vive suas vidas felizmente. O impulso de fazer coisas não está em todos. A maioria das pessoas que tem esse impulso são estranhas. Elas precisam tomar conta de si mesma.”

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