2.9.13

Entrevista de Robert Pattinson para a Elle France




Robert Pattinson, A Fênix

Existe uma vida depois de Crepúsculo? Essa é a pergunta que o ator está tentando responder, gravando filmes de baixo orçamento e trabalhando com a Dior.

A coisa mais importante é ser descolado”. Depois de 5 anos que passou no olho do ciclone Hollywoodiano, Robert Pattinson finalmente conseguiu. Isto não lhe ocorreu enquanto passeava com seu cachorro em Los Angeles. Nós sempre sentimos uma espécie de mal-estar quando falamos com ele. E mesmo Robert teve alguns problemas escondidos (talvez ele não esteja realmente tentando) que ele não estava realmente em forma para os filmes nos quais ele era idolatrado. “Interpretar em filmes que você nunca iria ver, isso complica as coisas, é difícil falar sobre isso, difícil de promovê-lo, difícil de se conectar com o público. Até que eu conheci David Cronenberg, que me contratou para Cosmópolis, eu sempre me senti como se apenas caísse nos papéis, que eu realmente não os conseguia escolher. Eu estava tentando não afundar. Pela primeira vez, eu senti como se tivesse sido escolhido pelo meu talento. David me deu confiança. Ele mudou a forma como eu me vejo como um ator”.

Não é o melhor momento para se tornar o rosto de uma importante marca de perfumes, emprestar seu rosto (por um monte de dinheiro) para a Dior Homme, e ver sua imagem em todos os outdoors no mundo inteiro? Bem, não realmente. Claro, a Dior não é a primeira a solicitar Rob Patz. Antes, outras certamente pensaram em fazer dinheiro com a enorme popularidade do ator de Crepúsculo. Mas parece que a honrosa casa francesa encontrou as palavras certas para convencê-lo. Bem, mais do que a palavra certa: liberdade. Pattinson usou isso para realizar seu sonho: gravar com Romain Gavras, um diretor francês underground e talentoso, que alternou entre o super descolado (o vídeo de Bad Girls, com M.I.A) e o super polêmico (o vídeo da música Stress, com Justice). “Faz tempo desde que tenho tentado entrar em contato com ele, e ele não estava respondendo minhas ligações. Quando a Dior se aproximou de mim, eu disse a mim mesmo ‘Eu tenho certeza que ele gostaria de trabalhar comigo, se me fosse oferecido um comercial da Dior’”. Bingo! Gavras aceitou o desafio e restaurou a imagem do ator à procura de uma legitimidade artística, ajudando a Dior na construção de uma campanha bem sucedida.

O filme que ele dirigiu é realmente um champagne borbulhante, um concentrado de frescor com influência dos anos sessenta em que Rob e a modelo Camille Rowe estão sendo brincalhões, fumam cigarros, dirigirem descuidadamente um conversível BMW velho na praia… Uma atmosfera bem New Wave, sedutora e fresca. Como um fã, o ator expressa sua admiração por Gavras, o anarquista: “Ele vê o mundo de uma maneira completamente diferente. Ele é muito confiante. Eu sou mais neurótico, é irritante, mas, ao mesmo tempo, minha insegurança é a única coisa que eu acho interessante em mim”.


Que fique claro, com Robert Pattinson, há um mal-entendido significativo. “As pessoas me veem em alguns filmes e acham que este é quem eu sou. É natural. Agora é a minha responsabilidade procurar os diretores com quem eu quero trabalhar. Eu tento fazer isso, mas eu tenho que superar minha timidez. Isso aconteceu comigo alguns dias atrás, eu conheci um dos meus heróis em um jantar. Mandei uma mensagem para ele no dia seguinte dizendo que eu queria trabalhar com ele. Depois de 3 horas sem ouvir nada dele, eu estava prestes a enviar outra mensagem tipo ‘Desculpe, me desculpe mesmo se isso foi muito presunçoso da minha parte’. Mas ele finalmente me mandou uma mensagem de volta!”.

Frágil como uma jovem apaixonada, Pattinson tem essa combinação de paixão e extrema lucidez que torna difícil sua vida profissional. Mais uma vez, Cosmópolis e sua primeira aparição no Festival de Cannes foram uma reviravolta em sua carreira: “Eu prometi a mim mesmo só fazer o que eu queria fazer”. Não é algo realmente fácil no país das super-produções, onde os profissionais estão lhe dizendo para construir um público masculino. “Eu nem sei o que significa ‘construir um público masculino’! Eu não posso forçar os caras a irem ver os meus filmes!”, diz ele rindo. Mas o jovem ator não é tão ingênuo e compreendeu que ser legal era a condição indispensável para que os cineastas independentes tenham interesse nele. “Na verdade, é marketing, e o que é importante no marketing é ser coerente. Isso significa dizer não a uma série de propostas. Naturalmente, o risco neste negócio que está sempre evoluindo é dizer não aos projetos até o momento em que projetos não estão lhe sendo mais enviados. Quando isso acontecer, eu vou apenas fazer o ‘Dancing With The Stars’”.

Por enquanto, é dito que ele está estrelando o próximo filme de Werner Herzog, com James Franco e Naomi Watts (ele não confirma nada) e ele acabou de filmar The Rover, o primeiro filme dirigido por David Michôd, que escreveu Juventude em Fúria e Reino Animal, um grande amigo dos irmãos Edgerton. Um ambiente bom de ser visto para ser aceito pelos aficionados de filmes independentes nos EUA. Ele, então, irá se reunir com sua fada madrinha Cronenberg em Maps To The Stars, escrito por Bruce Wagner, uma figura emblemática da nova geração de escritores americanos.

Assim, mesmo que ele goste de se esconder por trás de sua personalidade nerd e torturada, não falta determinação em Pattinson, e ele está corajosamente construindo uma carreira que está começando a se parecer com ele. Afinal, DiCaprio também foi submetido a meninas gritando em sua admiração, e Brad Pitt mostrou algum tanquinho em Thelma & Louise, e até mesmo em vários episódios de Dallas antes de David Fincher, Neil Jordan ou Terry Gilliam lhe darem papéis mais substanciais. Ninguém os culpou por isso. E vamos perdoar Rob Patz por não atuar em filmes tão grandes. Especialmente porque, rindo, ele promete, sob o olhar de seus novos colegas do sexo feminino da Dior, fazer um esforço no lado da moda: “Eu gosto de moda, mas eu realmente não estou confortável com a idéia de ser julgado pelo o que eu estou usando, então eu sempre estou usando as mesmas roupas. Mas veja, eu tenho esse casaco Dior que me deram e eu uso ele todos os dias”. Nunca é tarde demais Rob. Vamos torcer para que, mesmo com um visual impecável, ele nunca perca sua franqueza. “Alguns meses atrás eu comecei a desenhar vestidos de mulheres, vestidos de alta costura…”. Ele solta uma gargalhada. “Eu certamente estava tendo um colapso nervoso”. Frágil, tocante e irresistivelmente sexy. Pattinson, o ídolo adolescente, tornou-se um homem.

Via

Nenhum comentário:

Postar um comentário